Undated poem by Paulo Coelho
Soneto da Separação
De repente do riso fêz-se o pranto
Silencioso en branco como a bruma
E das bocas unidas fêz-se a espuma
E das mãos espalmadas fêz-se o espanto.
De repete da calma fêz-se o vento
que dos olhos desfez a última chama
e da paixão fêz-se o pressentimento
e do momento imóvel fêz-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fêz-se de triste o que se fêz amante
E de sózinho o que se fêz contente
Fêz-se do amigo próximo o distante
Fêz-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.